Nossa Senhora Auxiliadora, Rogai por nós
Esta
invocação mariana encontra suas raízes no ano 1571, quando Selim I, imperador
dos turcos, após conquistar várias ilhas do Mediterrâneo, lança seu olhar de
cobiça sobre toda a Europa. O Papa Pio V, diante da inércia das nações cristãs,
resolveu organizar uma poderosa esquadra para salvar os cristãos da escravidão
muçulmana. Para tanto, invocou o auxílio da Virgem Maria para este combate
católico.
A vitória aconteceu no dia 7 de outubro de 1571. Afastada a perseguição
maometana, o Santo Padre demonstrou sua gratidão à Virgem acrescentando nas
ladainhas loretanas a invocação: Auxiliadora dos Cristãos.
No entanto, a festa de Nossa Senhora Auxiliadora só foi instituída em 1816,
pelo Papa Pio VII, a fim de perpetuar mais um fato que atesta a intercessão da
Santa Mãe de Deus: Napoleão I, empenhado em dominar os estados pontifícios, foi
excomungado pelo Sumo Pontífice. Em resposta, o imperador francês seqüestrou o
Vigário de Cristo, levando-o para a França. Movido por ardente fé na vitória, o
Papa recorreu à intercessão de Maria Santíssima, prometendo coroar solenemente
a imagem de Nossa Senhora de Savona logo que fosse liberto.
O Santo Padre ficou cativo por cinco anos, sofrendo toda espécie de
humilhações. Uma vez fracassado, Napoleão cedeu à opinião pública e libertou o
Papa, que voltou a Savona para cumprir sua promessa. No dia 24 de maio de 1814,
Pio VII entrou solenemente em Roma, recuperando seu poder pastoral. Os bens
eclesiásticos foram restituídos. Napoleão viu-se obrigado a assinar a abdicação
no mesmo palácio onde aprisionara o velho pontífice.
Para marcar seu agradecimento à Santa Mãe de Deus, o Papa Pio VII criou a festa
de Nossa Senhora Auxiliadora, fixando-a no dia de sua entrada triunfal em Roma.
O grande apóstolo da juventude, Dom Bosco, adotou esta invocação para sua
Congregação Salesiana porque ele viveu numa época de luta entre o poder civil e
o eclesiástico. A fundação de sua família religiosa, que difunde pelo mundo o
amor a Nossa Senhora Auxiliadora, deu-se sob o ministério do Conde Cavour, no
auge dos ódios políticos e religiosos que culminaram na queda de Roma e
destruição do poder temporal da Igreja. Nossa Senhora foi colocada à frente da
obra educacional de Dom Bosco para defendê-la em todas as dificuldades.
No ano de 1862, as aparições de Maria Auxiliadora na cidade de Spoleto marcam
um despertar mariano na piedade popular italiana. Nesse mesmo ano, São João
Bosco iniciou a construção, em Turim, de um santuário, que foi dedicado a Nossa
Senhora, Auxílio dos Cristãos.
A partir dessa data, Dom Bosco, que desde pequeno aprendeu com sua mãe
Margarida, a confiar inteiramente em Nossa Senhora, ao falar da Mãe de Deus,
lhe unirá sempre o título Auxiliadora dos Cristãos. Para perpetuar o seu amor e
a sua gratidão para com Nossa Senhora e para que ficasse conhecido por todos e
para sempre que foi "Ela (Maria) quem tudo fez", quis Dom Bosco que
as Filhas de Maria Auxiliadora, congregação por ele fundada juntamente com
Santa Maria Domingas Mazzarello, fossem um monumento vivo dessa sua gratidão.
Dom Bosco ensinou aos membros da família Salesiana a amarem Nossa Senhora,
invocando-a com o título de AUXILIADORA. Pode-se afirmar que a invocação de
Maria como título de Auxiliadora teve um impulso enorme com Dom Bosco. Ficou
tão conhecido o amor do Santo pela Virgem Auxiliadora a ponto de Ela ser
conhecida também como a "Virgem de Dom Bosco".
Escreveu Dom Bosco: "A festa de Maria Auxiliadora deve ser o prelúdio da
festa eterna que deveremos celebrar todos juntos um dia no Paraíso".